quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Chupa Chups



Estávamos os quatro no escritório do João, sentados ao redor da velha secretária de mogno do escritório que foi do seu pai. Falávamos disto e daquilo, as baboseiras do costume, de um fim de tarde de sexta onde já se entrava na descompressão do fim de semana, até que descambou a coisa para as conversas de saias, cama, coito, e pinanço propriamente dito.
Por entre o já habitual chorrilho de barbaridades, o João, remata com uma pergunta que fez saltar um silêncio sepulcral no escritório: 

-- então digam lá, quando foi a última vez que vos fizeram uma boa mamada, uma mamada à séria, feita por uma gaja que saiba o que está a fazer?

O silêncio prolongou-se entre os quatro amigos, o que era estranho, ainda mais porque sabiam da vida de cada um suficiente para estarem sem rodeios a falar do que quer que fosse.

-- Ó Manel, começa lá a botar faladura, pá!

-- Ó pessoal, voçês sabem como é, eu desde que casei que me deixei dessas berlaitadas, e a minha Maria não alinha muito nessas coisas. E se bem me lembro a última vez que isso chegou a acontecer, ainda tinha o meu Jorge uns 10 anitos... por isso estão a vez.

-- Mas como é afinal, a Maria faz bem o serviço ou quê?

-- Menos mal, menos mal, mas agora já me lembro, da última vez aquilo correu mesmo mal, se já era difícil agora é que é impossível.

-- Vais contar ou vai ser preciso enfiar-te um par de estalos?

-- É pá... não é preciso tanto. O que aconteceu foi muito desagradável. Aquilo até estava a correr bem, e quando eu estava quase exclamei qualquer coisa tipo estou–me a vir, ela não percebeu, porque eu lhe tinha tapados os ouvidos com as coxas. Quando me vim ela engasgou-se e depois passou o resto do dia a bochechar com elixir ... ouvi tantos desaforos que ainda me doem os ouvidos só de pensar. Agora népias.

(durante este tempo todo os outros riam-se alarvemente)

-- E tu Joca, como é?

-- Sabes que eu não perdoo pá, e se a minha mulher não quiser há sempre mais quem queira. Ainda no mês passado estava de viagem lá para Trás os Montes e meti conversa com a trintona da recepção da pensão e acabou a conversa a mamar como gente grande. Valente! Estou convencido que me chupou até à parte de dentro do forro dos guizos. Acho que ainda não me passou o efeito.

(gargalhada geral)

-- A mim escusas de me perguntar que eu já te contei, mas estes dois não sabem e por isso. A melhor que tive até hoje foi com uma colega lá da agência. Tínhamos ido a um cliente  que ficava longe e no regresso fez-me uma de ir às lágrimas, comigo a conduzir a mais de 120 em plena autoestrada! Indescritível!

-- Olha lá, e tu? Estás para aí a perguntar aos outros e ainda não abriste o bico? Como é?

Nisto sai de baixo da secretária de mogno a boazuda da Marlene, ainda a limpar-se a um lenço de papel, e pergunta: 

-- Algum dos senhores aceita um café?