Estávamos os quatro no escritório do
João, sentados ao redor da velha secretária de mogno do escritório que foi do
seu pai. Falávamos disto e daquilo, as baboseiras do costume, de um fim de
tarde de sexta onde já se entrava na descompressão do fim de semana, até que
descambou a coisa para as conversas de saias, cama, coito, e pinanço
propriamente dito.
Por entre o já habitual chorrilho de
barbaridades, o João, remata com uma pergunta que fez saltar um silêncio
sepulcral no escritório:
-- então digam lá, quando foi a última vez que vos
fizeram uma boa mamada, uma mamada à séria, feita por uma gaja que saiba o que
está a fazer?
O silêncio prolongou-se entre os quatro
amigos, o que era estranho, ainda mais porque sabiam da vida de cada um
suficiente para estarem sem rodeios a falar do que quer que fosse.
-- Ó Manel, começa lá a botar faladura,
pá!
-- Ó pessoal, voçês sabem como é, eu
desde que casei que me deixei dessas berlaitadas, e a minha Maria não alinha
muito nessas coisas. E se bem me lembro a última vez que isso chegou a
acontecer, ainda tinha o meu Jorge uns 10 anitos... por isso estão a vez.
-- Mas como é afinal, a Maria faz bem o
serviço ou quê?
-- Menos mal, menos mal, mas agora já me
lembro, da última vez aquilo correu mesmo mal, se já era difícil agora é que é
impossível.
-- Vais contar ou vai ser preciso
enfiar-te um par de estalos?
-- É pá... não é preciso tanto. O que
aconteceu foi muito desagradável. Aquilo até estava a correr bem, e quando eu
estava quase exclamei qualquer coisa tipo estou–me a vir, ela não percebeu,
porque eu lhe tinha tapados os ouvidos com as coxas. Quando me vim ela
engasgou-se e depois passou o resto do dia a bochechar com elixir ... ouvi
tantos desaforos que ainda me doem os ouvidos só de pensar. Agora népias.
(durante este tempo todo os outros
riam-se alarvemente)
-- E tu Joca, como é?
-- Sabes que eu não perdoo pá, e se a
minha mulher não quiser há sempre mais quem queira. Ainda no mês passado estava
de viagem lá para Trás os Montes e meti conversa com a trintona da recepção da
pensão e acabou a conversa a mamar como gente grande. Valente! Estou convencido
que me chupou até à parte de dentro do forro dos guizos. Acho que ainda não me
passou o efeito.
(gargalhada geral)
-- A mim escusas de me perguntar que eu
já te contei, mas estes dois não sabem e por isso. A melhor que tive até hoje
foi com uma colega lá da agência. Tínhamos ido a um cliente que ficava longe e no regresso fez-me uma de ir
às lágrimas, comigo a conduzir a mais de 120 em plena autoestrada!
Indescritível!
-- Olha lá, e tu? Estás para aí a
perguntar aos outros e ainda não abriste o bico? Como é?
Nisto sai de baixo da secretária de mogno
a boazuda da Marlene, ainda a limpar-se a um lenço de papel, e pergunta:
-- Algum dos senhores aceita um café?