Ela chegou-se ao pé dele e de rosto todo iluminado perguntou: Bom dia!
Cafézinho?
Ele levantou os olhos do livro e respondeu: Sim, cheio se faz o favor.
Ela manteve o sorriso que lhe iluminava os olhos voltando-se de
regresso ao balcão, ele baixou os olhos à leitura por um instante e ainda sem
tocar no livro, de novo os levantou e observou o movimento do corpo nada
atractivo daquela mulher, uma espécie de tronco abarrilado sem formas, apenas um
deprimente pneumático a toda a volta, expressão feminina nula, um rabo do qual
não se conseguia perceber a existência, quais formas “garrafa de coca-cola”
qual carapuça, o seu trazeiro não passava disso mesmo até porque ficava
algures, atrás, arrependido ficou de olhar.
Curioso, depois desse breve instante, o de olhar e reflectir, viu-se
agarrando-a por de trás, no roço da carne, os dois corpos colados, apertando-a
contra si, enquanto ele lhe puxava o rosto para lhe ver a expressão de um
possui-me, come-me já!
Voltou à leitura sacudindo a ideia da cabeça.
Tinha almoçado mal, ainda tinha fome por certo.
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